quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

terça-feira, 2 de dezembro de 2008




"Fiquei de repente calado e sentido a coisa que me dá de vez em quando, nas ocasiões em que os dias ficam compridos e isso começa de manhã quando acordo sentindo uma aporrinhação enorme e penso que depois de tomar banho passa, depois de tomar café passa, depois de fazer ginástica passa depois do dia passar passa, mas não passa e chega a noite e estou na mesma, sem querer mulher ou cinema, e no dia seguinte também não acabou. Já fiquei uma semana assim, deixei crescer a barba e olhava as pessoas, não como se olha um automóvel, mas perguntando, quem é?, quem é?, quem-é-além-do-nome?, e as pessoas passando na minha frente, gente pra burro neste mundo, quem é?"
A força humana -rubem fonseca


Foto: R. Villaça

pra te dar coragem quando a noite vem...



dos que têm fome
que morrem de vontade
secam de desejo
e ardem


Foto: Fabiana Veloso.

Mas agora sem planejar, embora planejes há tanto tempo





ja não estranho quando se jogam de telhados
aos poucos vão crescendo números
é alarmante
mas entendivel
a vida aperta demais
danifica o risco
e põe a perder
como um peso
comparo a uma busca
imagine a intenção mas nunca chega
é como viver rodeando pra encontrar uma palavra
mas não existe forma
existe o sentido mas não encontra a forma
isso vai gerando a tal dependência
a necessidade das fugas
meios práticos
resoluções rápidas
e isso cresce
porque vão chegando coisas sem permissão
vemos ouvimos
tudo goela abaixo
isso gera ânsia
vontade de contornar, tirar a pedra, reduzir os custos.
mas só chega a intenção, nao o concluir
porque não acaba nunca
a mão que agora estava cheia -pronto!- tá vazia de novo.

E no escritorio em que eu trabalho